ACEITANDO OS MISTÉRIOS DA VIDA
Minhas
amigas e eu somos mestras em ficar confabulando sobre o porquê daquele
pretendente não ter se interessado por nós depois do primeiro encontro. Criamos
mil e uma ideias mirabolantes sobre os motivos porque ficamos numa
busca insaciável por compreensão.
Outro
dia, um de meus amigos homens falou que, quando um homem se interessa e quer
algo mais com determinada pessoa, ele vai atrás com certeza. Se ele não foi
atrás é porque ele não quis. Simples assim.
Fiquei
pensando que se aceitássemos essa simples resposta, “ele simplesmente não
quis", seríamos mais leves e aceitaríamos a rejeição do outro com mais
naturalidade.
Nós
mulheres tendemos a nos culpar pela rejeição alheia. Parece que temos um débito
cultural para com os homens e se não o conquistamos foi por pura incompetência
nossa.
Outra
questão para a qual sempre buscamos uma resposta é: porque estamos sozinhas?
Novamente a tendência de nos culparmos aparece. Perguntamo-nos se somos boas o
suficiente, se somos atraentes, inteligentes, interessantes, divertidas,
amorosas o suficiente, e a resposta é sempre que somos falhas. Não somos
perfeitas e por isso fomos rejeitadas. Daí redobramos as auto exigências,
buscando esteticamente corrigir um problema de autoestima interno.
Eu
não sei se os homens, de maneira geral, aceitam melhor ou pior a rejeição do
que nós mulheres, ou se eles apenas aprenderam a lidar de forma diferente com a situação. De toda forma, eles não têm permissão cultural de falarem de sentimentos. O
fato é que, mesmo se perguntássemos ao outro por que ele nos rejeitou, ou se
nos perguntassem a mesma coisa, a resposta nem sempre será honesta. Eu por
exemplo já fui questionada e algumas vezes dei uma desculpa que achei que fosse
menos agressiva. Pensava que se fosse falar a verdade, acabaria magoando ou ofendendo o
outro.
O
que precisamos aceitar é que o outro simplesmente não quis e isso deve bastar.
A
atração é uma sinergia de forças inconscientes e ocultas, as quais nem sempre
temos acesso ou consciência. E vice-versa para a pessoa que está do outro lado.
Muitas vezes para uma pessoa houve a sinergia, mas para a outra não. Os motivos
podem ser muito diversos: padrões familiares diferentes, grau de maturidade
distinto, padrões valorativos incompatíveis, etc., que antes mesmos de identificarmos
conscientemente, nosso inconsciente já reconheceu e já rejeitou.
Quanto
mais formos conscientes desses padrões, mais conseguiremos fazer uma escolha
amorosa baseada no nosso desejo. Caso contrário, repetiremos inconscientemente
nossas histórias de origem.
Também
precisamos aceitar, nossa impotência diante do outro, a falta de respostas que
nos acalentem, e o mistério da vida. Algumas respostas nunca nos serão
reveladas, pelo menos nesta vida.
Estar
cara a cara com o mistério significa que chegamos num limite da possibilidade
da compreensão humana para certas coisas da vida. Não gostamos da ideia de
aceitar essa impotência, porém não há o que fazer. Quando não a aceitamos,
passamos uma vida inquieta e sem paz de espírito, achando sempre que o problema
está em nós e criando mil estratégias que mais prejudicam do que alimentam
nosso amor próprio.
Aceitar
o mistério significa que nos resignamos das nossas limitações humanas, ficamos
humildes, abandonando nossas rebeldias adolescentes frente a vida, e aprendendo a lidar com nossa falta de controle.
Eu
estou tentando trilhar esse caminho, querido leitor. Ainda não avancei muito
nessa aceitação. E você? Deixe seu comentário no espaço abaixo!
Adriana Freitas
Psicoterapeuta Sistêmica
em Belo Horizonte
Instagran: @solteirosecasais
Referência da Figura
1 - http://www.redbubble.com/people/theartoflove/works/5256543-ill-be-there-for-you?c=27861-art-from-the-heart
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Oi Adriana! Eu aqui de novo... rs[
ResponderExcluirEsse texto é muito bom.
Quando estava solteira, após um divórcio, conhecia pessoas legais e ficava triste e me perguntando porque não dava certo com ninguém. Procurava os defeitos em mim, tentava entender o que havia de errado, como muitas outras mulheres.
Acho que o mais difícil na busca por alguém com quem partilhar a vida é que ela esteja no mesmo "tempo" que a gente. Me explico: alguém que já tenha vivido coisas com profundidade suficiente e queira engrenar uma relação séria. Muitas vezes um já curtiu muito e agora está disposto a uma relação séria e encontra uma pessoa legal, mas que ainda quer curtir, entende?
Interessante também são as características das pessoas que nos atraem. Normalmente são aqueles que nosso subconsciente aprendeu ainda na infância. Não é difícil termos um dedinho podre para os cafajestes!
Algo muito bom que tive a oportunidade de fazer logo após o divórcio foi terapia e assim pude compreender meus "modelos", o que me atraía nos homens, nem sempre coisas positivas (a maioria das vezes não era... hahaha). Com isso, se conhecendo melhor, é possível rever os padrões, ligar o alerta, e seguir uma busca mais consciente e madura.
Quis o destino que conhecesse um homem bom, com características distintas do meu antigo padrão, e que, assim como eu, já estava cansado de "curtir" e tinha uma vivência parecida com a minha. Resultado? Nos casamos e seguimos felizes.
Não podemos é desistir de ser feliz. JAMAIS!
Beijos e sucesso sempre!