UMA RECEITA PRONTA PARA A VIDA
Cansei de ter uma receita pronta
para a vida.
Como somos controladores! O tempo
todo inventamos receitas para controlar os outros, a nós mesmos e a nossa
realidade.
Tudo por medo, medo de sofrer, de sermos enganados, de sermos traídos, medo de
criarmos expectativas que não serão correspondidas.
Assim levamos a vida. Essas receitas
nos dão a ilusão de segurança, de
que não seremos machucados uma vez e depois novamente.
Várias são as receitas prontas.
Há a receita dos casados para sempre... mesmo quando a
relação afetiva já acabou faz muito tempo.
Outra receita é a do “antes só que mal acompanhado”, sendo que
a preferência é por ficar sozinho para não correr certos riscos.
Também tem a do “estamos juntos por causa dos filhos”.
Coitados! Que missão essa de unir os pais!
E a receita dos mortos-vivos? Um ou ambos os parceiros estão mortos emocionalmente,
aprisionados em lutos ou defesas do passado e um compromisso maior com a morte
do que com a vida.
Não podemos esquecer as receitas dos
jogos emocionais “isso pode, isso não
pode” nas relações. Os indivíduos perdem toda a liberdade de ser, agindo
conforme o que alguém ditou que era certo ou errado fazer em termos
relacionais.
Tampouco podemos duvidar da receita “vamos destruir um ao outro” mas nunca
desistiremos de ganhar.
Receitas e mais receitas!!! Afff é a
morte da espontaneidade!
Tememos muito experimentar receitas novas sem
olhar uma receita pronta! O bolo pode ficar embatumado, argumentamos, vamos desperdiçar
os ingredientes. Mas é por causa do medo
que não criamos algo novo e ficamos enredados nas receitas velhas.
E como experimentar uma receita nova
de amor, se não nos desfizermos, destruirmos, abandonarmos ou suplantarmos as
velhas e conhecidas receitas amorosas familiares?
Impossível!
É preciso estar disposto, é preciso
correr riscos, é preciso enfrentar os medos, é preciso deixar o peito aberto, talvez
sangrando.
Vale a pena? Não sei. Há quem diga
que não valha. Só sei que não estou cabendo mais nas velhas receitas e não vejo
nenhuma saída a não ser me atirar no precipício, de olhos fechados, com fé de que a
vida tem algo de melhor pra oferecer, caso eu decida não aceitar mais o velho
enquadramento.
Estou com medo...
Estou com coragem...
Estou comigo.
Adriana Freitas
Psicoterapeuta Sistêmica
em Belo Horizonte
Referência da Figura
1 – imagem retirada do google imagens.
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