A PREGUIÇA
“PECADO CAPITAL” TAMBÉM NOS RELACIONAMENTOS
Essa semana, estando meio sem inspiração para escrever, me
vi sentindo preguiça de trabalhar no
post semanal do blog. Comecei então a refletir sobre como isso também acontece
com frequência nos relacionamentos, quando ficamos com preguiça de enfrentar, dialogar,
negociar e resolver diversas questões com nossos parceiros.
A preguiça é definida
como pouca disposição ou aversão ao trabalho seja ele qual for. Ela se apresenta
na morosidade em cumprir alguma atividade física ou mental. Assim, o preguiçoso
evita situações nas quais precise fazer algum esforço.
Na vida e nas relações amorosas, o enfrentamento do outro e das dificuldades humanas, requer um
investimento de energia que muitas vezes nos é bastante incômodo e desgastante. Não enfrentar é uma saída
de maior economia energética momentânea, característica central da
preguiça. No entanto, o conteúdo não enfrentado aparecerá novamente em outro
momento, tornando inevitável que o indivíduo se posicione ativamente. No pior
dos casos de evitação crônica, onde há a permanência num relacionamento falido,
poderão surgir sintomas nos parceiros ou nas gerações seguintes, mortes
(inclusive a morte em vida), brigas crônicas, anestesias com drogas lícitas e
ilícitas, etc.

Dessa forma, precisamos avaliar quais conteúdos relacionais nos provocam preguiça para compreendermos quais dificuldades importantes internas precisam ser trabalhadas.
Avaliando minha procrastinação para escrever este post, consigo enxergar algumas questões e sentimentos escondidos por detrás, pontos nodais a serem considerados:
1. Falta de organização: sou responsável
por todos os aspectos administrativos pessoais e profissionais da minha vida.
Quando não me organizo de forma a encaixar todas as minhas atividades na
agenda, tudo se acumula e passo a me sentir em débito comigo mesma. Com tanta
coisa para fazer e "pouco tempo", e falta de inspiração diante
de uma tarefa mais difícil ou mais trabalhosa, podemos nos perder na preguiça.
Tendemos a fazer o que é mais fácil primeiro adiando o mais complicado.
Conversar sobre problemáticas relacionais está neste último grupo e tendemos a adiá-la. Precisamos
então organizar nossas vidas de forma a colocar o diálogo, por mais complexo que
seja, como uma prioridade da relação, incluído dentro a nossa agenda.
2. Confusão Mental: quando eu não sabia
o que escrever apesar das múltiplas ideias ainda existentes, entrei num
processo de confusão e talvez letargia mental, os quais comecei a evitar
fugindo da tarefa. Precisei “conversar” com minha preguiça para compreendê-la e
sair dela. Quando estamos confusos sobre nossos sentimentos ou ações nos
relacionamentos, tendemos a evitar o confronto com os parceiros pelo fato de
não sabermos qual posicionamento tomar. Algum tempo é realmente necessário para
clareamos nossa compreensão, e para assumirmos a postura que precisamos. Mas
sem fuga, pois esta só nos leva pra mais longe de nós mesmos e do parceiro.
3. Anestesiando emoções: quando fiquei
paralisada diante das minhas muitas atividades e da dificuldade de dedicar a
escrita, minha ansiedade aumentou e em seguida a preguiça ficou maior
anestesiando tudo. A preguiça, assim como as compulsões no geral, também tem o “poder” de anestesiar as emoções
advindas dos conflitos relacionais. Enfrentar e elaborar sentimentos difíceis é
uma tarefa muitas vezes árdua. Demanda coragem e disposição. Anestesiar é como procrastinar, adia mas não elimina o problema.
4. Enfrentamento das dificuldades e dificuldade com enfrentamentos: precisei admitir que estava com dificuldades em relação a escrever esta semana para então buscar compreender o que estava acontecendo e transformar isso num texto. Quando conseguimos admitir nossas dificuldades, já caminhamos o primeiro passo. Nos relacionamentos tendemos a negar nossas dificuldades em função do nosso medo do enfrentamento, mas por trás desse sentimento tem o maior medo que é da perda do amor do parceiro. Precisamos compreender que o não enfrentamento se transforma numa sujeira varrida para debaixo do tapete e que é com o enfrentamento que a intimidade cresce, quando conseguimos desenvolver uma conversa honesta sobre nossos sentimentos mais profundos.
4. Enfrentamento das dificuldades e dificuldade com enfrentamentos: precisei admitir que estava com dificuldades em relação a escrever esta semana para então buscar compreender o que estava acontecendo e transformar isso num texto. Quando conseguimos admitir nossas dificuldades, já caminhamos o primeiro passo. Nos relacionamentos tendemos a negar nossas dificuldades em função do nosso medo do enfrentamento, mas por trás desse sentimento tem o maior medo que é da perda do amor do parceiro. Precisamos compreender que o não enfrentamento se transforma numa sujeira varrida para debaixo do tapete e que é com o enfrentamento que a intimidade cresce, quando conseguimos desenvolver uma conversa honesta sobre nossos sentimentos mais profundos.
O oposto da preguiça seria o resgate da disposição para o trabalho. Resolver problemas e
dificuldades relacionais dá trabalho mesmo! Infelizmente temos uma crença
infantil de que os relacionamentos têm que dar certo por si só, sem fazermos
nenhum esforço. Por isso ficamos tão preguiçosos diante das problemáticas
amorosas. Precisamos construir uma nova crença sobre os relacionamentos, que
inclua o enfrentamento de si mesmo e do outro como parte de uma postura adulta,
reflexiva e ativa.
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Adriana Freitas
Psicoterapeuta Sistêmica em BH
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Mais uma vez um post maravilhoso...muito obrigada, Adriana. A preguiça tem andado comigo há um bom tempo...quão dura é a saída da mesma...esse post pra mim foi um exemplo de transformação da procrastinação em ação. Handula
ResponderExcluirEi Handula! Obrigada pelo comentário. Que bom que vc pôde aproveitar o texto como um exemplo! Realmente é muito difícil sair da preguiça pois ela nos paralisa. É uma luta interna constante. Tomara que você passe da procrastinação para uma postura mais ativa e coerente na vida. Um abraço, Adriana
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