ELE NÃO ESTÁ TÃO AFIM DE VOCÊ
SOBRE SABER RETIRAR-SE
“Ele
não está tão afim de você” é o nome de uma
comédia romântica dirigida por Ken Kwapis, e estrelada por Ben Affleck,
Jennifer Aniston, Drew Barrymore, Scarlett Johansson, Ginnifer Goodwin, Justin
Long, dentre outros. No vídeo abaixo vocês verão os comentários de
Isabela Boscov sobre o filme, falando pelo Veja Cinema:
Concordo com Isabela, quando comenta que o filme teve um resultado simpático. Acho que isso acontece porque despretensiosamente, o filme fala sobre encontros e desencontros dos
relacionamentos, e sobre como homens e mulheres “enlouquecem” tentando
compreender as mensagens, diretas ou contraditórias de seus pretendentes, sendo
as mulheres as que mais buscam justificativas para as ausências masculinas.
Em seu delicioso livro "Mulheres - por que será que elas...?*", Leila Ferreira tem um capítulo inteiro falando das desculpas que as mulheres inventam para as atitudes dos homens. "O amor não correspondido, ou a paixão não correspondida, ou simplesmente a atração não correspondida costumam provocar um embotamento dos sentidos que impede a mulher não só de ver, mas de ouvir, sentir, registrar o gosto ou o cheio de qualquer sinal que denuncia a não correspondência do sentimento" (cap. 18, pág. 191).
Em seu delicioso livro "Mulheres - por que será que elas...?*", Leila Ferreira tem um capítulo inteiro falando das desculpas que as mulheres inventam para as atitudes dos homens. "O amor não correspondido, ou a paixão não correspondida, ou simplesmente a atração não correspondida costumam provocar um embotamento dos sentidos que impede a mulher não só de ver, mas de ouvir, sentir, registrar o gosto ou o cheio de qualquer sinal que denuncia a não correspondência do sentimento" (cap. 18, pág. 191).
Apesar de serem as mulheres as que mais tem "problema de visão" nos relacionamentos, quantas vezes já levamos e já damos
um fora? Tem momentos em que a coisa simplesmente não se encaixa, seja por
falta de química física, sexual, intelectual, afetiva, de objetivos de vida, ou
de questões inconscientes que nem sabemos nomear. Mas sempre ficamos muito
sentidos por levar um fora, e muito desconcertados para dar um fora.
Dando
um fora

Tem situações em que realmente é
muito difícil falar a verdade. Já ouvi na clínica e entre amigas diversos
relatos: o rapaz tinha um mau-hálito terrível que não dava pra ficar nem
conversando com ele. Outras vezes a pretendente era tão carente
(vide a personagem Gigi do filme acima indicado) que colava na parceiro,
oferecendo muitas coisas inadequadas para o momento do início de uma relação e
sufocando-o. Ou a insegurança do homem com o próprio corpo (com seu pequeno membro)
impedia que a coisa fluísse na cama. Como falar dessas coisas pra o outro? Impossível.
Daí inventamos desculpas amenas.
Levando
um fora
Levar um fora é muito ruim, mas
levar um fora depois de uma noite que pareceu maravilhosa é pior. O indivíduo
fica sem compreender o que de fato aconteceu. Ou o outro foi falso ao extremo
quando demonstrou sentir um grande prazer na sua companhia ou só queria viver o
momento, ou não está buscando um relacionamento. Desculpas e mais desculpas.

Saber
Retirar-se
A maior liberdade possível para o
ser humano é quando ele consegue se dar o direito de ser ou não ser amado. O
outro pode gostar ou não gostar de mim, ou posso gostar do outro e ele ir
embora em busca de suas próprias escolhas.
Se sentimos algo de valor pelo
pretendente, vale a pena fazer uma iniciativa. Entrar em contato e ver a
possibilidade de um novo encontro acontecer. Mas se o outro não corresponde
suas mensagens, não esboça nenhuma iniciativa de volta, ou não topa realizar
um encontro, este é o momento de bater em retirada. Quando não saímos nesse
momento, já entramos num lugar de carregar uma relação nas costas, e podemos
nos ferir mais adiante, com expectativas não correspondidas. Quando há
interesse mútuo, a troca, o contato, as mensagens, os encontros fluem com
facilidade, sem ter que fazer esforços sobre-humanos.
Precisamos aceitar que seja por que
motivo for, o outro tem o direito de não gostar da gente e vice-versa. Compreendendo
que não houve uma conexão mais profunda, em níveis conscientes e inconscientes,
fica mais fácil levarmos um fora, batermos em retirada sem deixar que nossa
autoestima fique comprometida.
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abaixo!
Adriana
Freitas
Psicoterapeuta
Sistêmica em BH
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*Confira aqui a referência completa do livro.
Referências das Figuras
1 - http://atrevida.uol.com.br/arrasa/ficadas-e-rolos/pe-na-bunda-saiba-terminar-o-namoro-com-classe/166
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Olá Adriana, ótimo texto, como os demais escritos do Blog. Abraço de Rodrigo (Geologist)
ResponderExcluirOlá Rodrigo,
Excluirmuito obrigada por deixar seu comentário aqui no blog! Fico muito feliz que vc esteja gostando dos textos.
Um abraço, Adriana
Adriana, no texto diz: "...Mas se o outro não corresponde suas mensagens, não esboça nenhuma iniciativa de volta, ou não topa realizar um encontro, este é o momento de bater em retirada. Quando não saímos nesse momento, já entramos num lugar de carregar uma relação nas costas, e podemos nos ferir mais adiante, com expectativas não correspondidas. Quando há interesse mútuo, a troca, o contato, as mensagens, os encontros fluem com facilidade, sem ter que fazer esforços sobre-humanos... ".
ResponderExcluirEntão, ter expectativas nem sempre é errado?
Sempre leio que criar expectativas/ cobranças é errado e na maioria das vezes é o que acaba com os relacionamentos.
E eu não concordo muito com isso. Penso que deve haver uma reciprocidade sim, é isso que motiva a outra pessoa. Mas claro, tudo dentro do bom senso. Agora, abandonar as expectativas em relação ao outro, a relação, não concordo e nem sei como seria viver assim.
Abraço, Lia -DF.
Oi Lia,
ResponderExcluirinfelizmente criar expectativas é um grande problema em qualquer relação que estabelecemos, seja amorosa, paterna, materna, fraterna ou filial. O que acontece é que criar expectativas é ficar esperando que o outro mude, de acordo com nossos desejos e necessidades. Quando o outro corresponde nossas expectativas, tudo fica bem, mas se não, está instaurado um problema na relação, e podemos passar grande parte da vida tentando mudar o outro para que ele se transforme no que gostaríamos que fosse. Existem relações e situações as quais podemos e devemos negociar com nossos parceiros. Mas nem sempre o outro quer mudar e precisamos ou aceitá-lo como é ou escolher deixá-lo quando o problema é inaceitável, o que é muito doloroso também.
Bem, espero que tenha conseguido esclarecer um pouco mais sobre a questão das expectativas. Se não, continuemos o debate!
Obrigada por deixar seu comentário! Abraços carinhosos
Adriana