FRACASSO BRASILEIRO NA COPA 2014
SOBRE FUTEBOL, PERDAS, RELACIONAMENTOS E APRENDIZADOS
Começo a escrever este texto
enquanto o time brasileiro, no jogo do dia 08 de julho na copa de 2014 perde de
7 a 1 para a Alemanha em pleno Mineirão, aqui na minha querida BH. Apesar de
não me importar muito com futebol, estou triste com o resultado e, angustiada
de continuar vendo o jogo, acabei vindo para o computador, dando as costas para
tevê, apenas ouvindo a enfadonha narrativa do Galvão.
É fato o quão importante o futebol é
para o povo brasileiro, importância essa que é extremamente fomentada pela
mídia, sendo considerado até a maior alegria do brasileiro, a ponto de
depositarmos tamanha expectativa na copa e nos campeonatos de futebol em geral.
Com tanta expectativa, as frustrações diante das perdas são maiores ainda. Com
um placar desses e uma crença dessas, mais do que frustração, sentimos
desilusão, decepção: foi-nos “arrancada nossa maior possibilidade de felicidade”.
Nos relacionamentos que possuem um
forte padrão de funcionamento dependente, as mesmas expectativas do futebol se
repetem e as mesmas gigantes frustrações e decepções quando alguma coisa dá errado
– expectativas não correspondidas - ou também acontece uma perda tão
significativa quanto a do placar do jogo de hoje.
Há quem diz que a expectativa é um
dos maiores males da humanidade. Precisamos aprender a parar de colocar nossas
esperanças de felicidade no outro, fora de nós, pois dessa forma ficamos presos
em ilusões de que nosso bem estar depende do que acontece ao nosso redor. Seja
no futebol, nos relacionamentos ou na vida pessoal individual, nunca temos todo
o controle sobre os resultados, apenas temos algum controle sobre nossas
próprias escolhas.
Olhando pelo viés dos jogadores, vemos o choro o sofrido dos brasileiros refletindo sua tristeza e sentimento de
fracasso, não só por causa do placar, mas por todo peso da responsabilidade de
corresponder as expectativas neles depositadas por todo povo brasileiro. Em entrevista na tevê, David Luiz pede
desculpas e diz de sua tristeza de não conseguir dar alegria para seu povo, a
única coisa que queria, mostrando o quanto ele ficou preso naquela crença.
Quantas vezes, em nossos
relacionamentos, sentimos o mesmo peso sobre nossos ombros? Quantas vezes
sentimos que não podemos fracassar ou sequer cometer erros pequenos quem dirá
erros grandes como os do jogo de hoje? Há relacionamentos onde não podemos
falhar, somos levados e nos deixamos levar a uma robotização, a uma hetero e
autoexigência destruidoras, sob ameaça de sermos abandonados ou punidos pelos
nossos parceiros.
Esse resultado brasileiro na copa
pode ser mais um motivo para tentarmos achar culpados, criticá-los, ironizá-los
e puni-los ou pode ser uma chance de nos questionarmos quais valores precisamos
desenvolver enquanto pessoa, casal, família, grupo, sociedade e nação. Eu
prefiro ficar com estas últimas reflexões.
Acredito que humildade é um dos mais
importantes, pois costumamos ser muito arrogantes em termos de futebol e
relacionamentos. Persistência outro, treinamento, construção de sentimento e
funcionamento de equipe, solidariedade, condescendência com as falhas humanas,
compreensão, etc.
Fica aqui o meu aplauso aos
jogadores brasileiros que a despeito do trágico placar, lutaram bravamente para
cumprir seu papel em campo, com o máximo de dignidade que conseguiram ter até o
final do jogo. Eu não sei se conseguiria ter equilíbrio suficiente para jogar
sequer o final do primeiro tempo. Meu aplauso ao técnico Felipão, que fez
questão de abraçar cada um de seus jogadores ao final. Mais do que um bom ou
mau técnico, ele agiu como um bom pai, que diante do erro dos filhos, não os pune
com sua rejeição, mas os acolhe afetivamente.
Grandes exemplos de valores
relacionais!
Adriana
Freitas
Psicoterapeuta
Sistêmica em BH
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Referências das Figuras
1 e 3 – retiradas de http://www.folha.uol.com.br/
3 – retirada do facebook
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Triste. Q resultado triste. Mas não vejo motivos para tanto alvoroço... se pensarmos bem, estávamos iludidos. E pior, sabíamos disso. Mais uma vez, nos deixamos enganar pelo brilho da torcida, pelos gritos de gol, pela esperança de ganhar!
ResponderExcluirAgora é a hora é de trabalharmos por um presente adiante, que não tarda chegar!
É agora. Sem distrações.
Todos nós juntos! Por um Brasil de todos!
É isso Márcia! Muito bem colocado! Estávamos e estamos iludidos de muitas formas, tanto no futebol quanto em todos os problemas políticos e sociais que possuímos. É realmente por um presente melhor que precisamos trabalhar!
ExcluirObrigada por deixar seu comentário, um abraço
Adriana
Muito triste, mas necessário. "MOSTRA A TUA FORÇA BRASIL..." É tempo de mudar o jargão o Brasil não pode continuar como o país do futebol, "deitado eternamente em berço esplêndido" é chegada a hora do Brasil ser o Brasil dos Brasileiros... Que venham as eleições 2014. Handula
ResponderExcluirPois é isso Handula! Talvez a perda do jogo da forma como aconteceu, venha para tirar essa ilusão, "O país do futebol". Acho que mostra também que estamos apegados em valores frágeis e não trabalhando por uma transformação consistente de nós mesmos e do nosso país...
ExcluirAbraços, Adriana
Bela reflexão...a meu ver o fracasso do Brasil no joga da copa contra a Alemanha pode gerar um movimento interno nos corações dos brasileiros. Direcionar a nossa visão para o que realmente tem significado verdadeiro para nós...beijos Mary Menezes
ExcluirOlá Mary, obrigada por deixar seu comentário! Estou esperançosa que, como você disse, o fracasso da Copa gere esse movimento interno nos brasileiros. Acho que realmente nós brasileiros precisamos repensar nossos valores e investir nos mesmos da mesma maneira que investimos na copa, financeiramente e emocionalmente!
ExcluirUm abraço, Adriana