POR QUE ESCOLHI VOCÊ?
A QUÍMICA DA ATRAÇÃO
“Por que escolhi você”* é o nome de um livro de Steve Biddulph e Shaaron Biddulph, o qual aborda o tema relacionamentos de
casal, passando pela questão da atração amorosa, e por isso escolhi repetir o título
do livro neste post.
A atração é um tema instigante quando começamos a refletir
sobre a misteriosa química que acontece nos relacionamentos e o que está por detrás
da mesma. Você já pensou por que nos sentimos atraídos por algumas pessoas e não
por outras?
A atração acontece por motivos conscientes e
inconscientes, e são esses últimos os que possuem um maior poder sobre nossas
escolhas amorosas. Muitas vezes desejamos algo, mas atraímos o oposto, e isso
acontece por causa da força das nossas histórias, registradas no nosso
inconsciente.
O casal Biddulph relata três tipos de atração: gostar,
amar e desejar. Gostar seria um
encontro de mentes, uma combinação de afinidades, intelectualidade,
pensamentos, valores, etc. Amar
seria uma conexão do coração, onde existe uma disponibilidade para o envolvimento,
intimidade, sinceridade, confiança, entrega e vulnerabilidade decorrente desta
última. Amar é algo complexo, pois está relacionado ao conceito de amor das
origens familiares. Desejar seria a atração sexual, a química corporal. Quando os três
tipos se alinham, há uma possibilidade única de um relacionamento bastante
promissor. Mas as vezes não há esse alinhamento ou muitas vezes confundimos uns
itens com os outros, ou talvez exista só um tipo de atração, da nossa parte ou do parceiro, mas insistimos e
acabamos muito frustrados pois uma relação pode até ser duradoura mas não se
sustenta de forma consistente, ou de forma a gerar o crescimento do casal, com
apenas um tipo de atração.
Tentemos aprofundar nas questões inconscientes: a atração
acontece pelo que é semelhante e conhecido de nossa história. E isso está
interligado ao nosso conceito de amor. Desde muito pequenos, quando ainda não
temos nosso aparelho cognitivo desenvolvido para compreender e expressar
racionalmente, vamos compreendendo de forma bastante instintiva o que é o amor na
nossa relação com pai, mãe, irmãos e família de origem. Esses primeiros
aprendizados ficam profundamente registrados no nosso inconsciente como
experiências referentes a questões de sobrevivência, sensação de segurança e
prazer. Quando adultos, conseguimos reconhecer, também instintivamente os
sinais emitidos pelo pretendente a parceiro, que evocam as memórias mais
profundas e disparam emoções semelhantes as do passado que entendemos como amor,
segurança e prazer, surgindo daí a atração e a paixão pelo conhecido.
Então, se aprendemos que o amor está ligado a violência,
agressividade, dependência, distanciamento ou afeto, carinho e reconhecimento,
atrairemos pessoas em nossas vidas que combinem com essa ideia amorosa, mesmo
que no nosso discurso, queiramos outra coisa.

Em outras palavras, há uma ressonância entre os pontos de
semelhança dos indivíduos, sejam eles positivos ou negativos, sejam por afinidades
ou por complementaridades. Ressonância, segundo o dicionário informal, significa
a propagação vibratória de qualquer tipo de onda (ex. sonora, eletromagnética,
etc.), e dentro da visão sistêmica significa que os seres humanos também “propagam
ondas vibratórias” mas no sentido emocional, e quando essas “ondas” combinam,
entram em sintonia com as de outras pessoas, então há uma conexão seja de
amizade ou amorosa. Essas “ondas” são invisíveis e apenas quando nos conhecemos
a ponto de termos consciência dos nossos padrões de atração afetivos, temos
condições de mudar de atrações “negativas”, aquelas que não desejamos mas estão
de acordo com nossas histórias, para atrações mais positivas, que têm mais a
ver com nosso desejo.
Aquela estória de que os opostos se atraem pode acontecer
apenas na superfície. Tais pessoas podem ter comportamentos e gostos muito
diferentes, no entanto, se formos avaliar mais profundamente as histórias de
vida, veremos que as ressonâncias estão nos padrões de relacionamento, nos
processos emocionais de separação da família de origem, e no grau de
amadurecimento dos indivíduos, sendo todos na verdade mais semelhantes do que
diferentes.
Mudar nossos padrões de atração é uma tarefa bastante
difícil. Eu aprendi na minha família que sua forma de vinculação é o
distanciamento afetivo. Infelizmente atraí e ainda atraio homens distantes até
hoje, muitos com comprometimentos para vinculação. Estudei e compreendi minha
árvore genealógica através da minha terapia pessoal e somente a partir do
momento que tive consciência do meu padrão passei a ter a escolha de aceitar ou
não o tipo de homens que atraía. Hoje, quando aparecem homens distantes, eu os reconheço
quase que imediatamente, e assim digo que não quero, pra mim mesma! Acredito
que somente na prática, ao não aceitarmos o que não queremos, enviamos uma
mensagem invisível para o “universo”, que entenderá e passará a enviar pessoas diferentes para as nossas vidas. Isso leva tempo e requer persistência
e disponibilidade para ficarmos sozinhos, cuidando de nós mesmos.
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Venus, Cupido e Satyr |
Você tem consciência do seu padrão de atração? Ou experiências de atrações inconscientes? Compartilhe
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Adriana Freitas
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