ENQUANTO O AMOR NÃO VEM, APRENDA A CUIDAR DAS SUAS NECESSIDADES
No título deste
texto, utilizei uma parte do título do livro da Iyanla Vanzant, “Enquanto o
Amor não Vem”. A autora aborda todo um processo de busca pessoal, onde existem
etapas de preparação individual para a chegada do amor. Ela utiliza a metáfora
das subdivisões de uma casa, do porão até o sótão. Descreverei melhor suas
etapas em outro texto. Aqui, enfatizarei mais a questão do cuidado de si mesmo,
com a perspectiva de que esse aprendizado facilitará que você entre nas
relações de uma maneira mais saudável e com menos expectativas.
Costumamos buscar
nas relações o parceiro salvador(a), herói (heroína) e príncipe encantado
(princesa encantada), que irá nos salvar da nossa miséria existencial. Infelizmente
tenho uma péssima notícia pra dar: ninguém é capaz de nos salvar! E a ótima
notícia contraposta é: somente nós mesmos podemos nos “salvar”.
Mas eu prefiro substituir
a ideia da salvação pela de responsabilização. Um adulto saudável é capaz de
cuidar responsavelmente das suas necessidades essenciais.
É na história de
vida de cada indivíduo que podemos encontrar as origens das carências emocionais
mais profundas. Famílias saudáveis conseguem nutrir seus filhos da melhor forma
possível, mas ainda assim alguns traumas podem ficar registrados. As famílias
disfuncionais nem sempre conseguem nutrir as necessidades básicas dos seus
filhos como alimentação, acolhimento, afeto, segurança, reconhecimento,
incentivo, etc.; isso sem falar de situações de violência que acabam gerando
traumas destrutivos. Há ainda aquelas famílias que na aparência são ótimas, mas
na afetividade são muito comprometidas. Nessas, é mais difícil identificar a
carência pois os pais estavam lá o tempo todo e faziam todas as tarefas da casa
e do cuidado, o problema era a falta de disponibilidade emocional, e para os
filhos é muito confuso e eles ficam presos numa dupla mensagem contraditória,
pois sentem a falta emocional mas não podem denunciá-la contradizendo a aparência.
Se na infância essa
falta emocional foi muito significativa, o indivíduo crescerá carente, e sem
ter aprendido como cuidar de si, pois não teve modelos de referência. As duas
principais tendências reativas são: buscar pai-mãe nos parceiros amorosos (e/ou
também nos filhos), para suprir suas carências infantis ou ficar super
“independente” porque não pode confiar em ninguém e assim nunca se entregar
verdadeiramente numa relação.
Uma saída possível
para não ficar paralisado na reatividade emocional é identificar quais são suas
necessidades essenciais e descobrir formas de cuidar delas.
Muitas vezes é
necessário ultrapassar as barreiras da cultura e da religião que colocam os
pais num pedestal de sacralidade. E outras vezes é fundamental ultrapassar a
própria negação, ou seja, retirar a viseira que nos faz esconder de nós mesmos a
infeliz realidade (ou as partes infelizes) que foi nosso passado e nossa
história de origem. É necessário reconhecer nossos pais (ou cuidadores) como
humanos, com todas suas limitações e dificuldades. E assim identificar nossas
carências mais profundas.
As principais carências
podem ser: de cuidado físico, de alimentação e nutrição acolhedora, de recursos
materiais, de carinho, de amor, de respeito físico e mental (agressões físicas
e morais), de liberdade de ser e pensar diferente, de proteção e de limites
claros entre as pessoas, de orientação para saber como dirigir a própria vida e
de organização e cuidado com a própria vida.
Identifique as suas
carências e tente descrevê-las com mais detalhes. Nesse momento também será
necessário que você acolha sua dor. Se dê a permissão de senti-la, não se culpe
e não se puna pelo que você sofreu. A inadequação foi de seus pais ou
responsáveis, eles eram os adultos que deveriam cuidar bem de você.
Infelizmente eles eram imaturos o suficiente para não saber como fazê-lo melhor
e provavelmente repetiram o que aprenderam nas suas próprias origens.
Por trás de suas
carências, estão suas necessidades essenciais*. Quais são elas?
1. Você está cuidando
do seu corpo físico? Faz exercícios ou tem alimentação saudável?
2. Você está cuidando
do seu “mundo” psicológico e emocional? Se dá o direito de sentir? Se dá o
direito de ser humano com qualidades e defeitos, erros e acertos? Ou se exige
perfeição? Você se dá “uma colher de chá” de vez em quando? Ou é displicente,
desorganizado e indisciplinado demais?
3. Você cuida do seu
crescimento intelectual? Lê bons livros? Faz cursos interessantes de vez em
quando? Se desafia a aprender coisas novas?
4. E sobre sua
espiritualidade? Sabe qual é seu sentido de vida? Vivencia alguma prática
espiritual (não necessariamente religião)?

Mas antes disso
você precisa resolver se realmente quer e está disposto a arcar com todas as
responsabilidades de cuidar de si mesmo. Dá trabalho e leva tempo, muito tempo.
E mesmo quando estiver decidido, precisa ficar atento pois ainda terá recaídas,
na expectativa de que outras pessoas cuidem de você, como pais, parceiros e
filhos.
Pessoalmente, posso
garantir que vale a pena!
Adriana
Freitas
Psicoterapeuta Sistêmica em BH
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* Conferir o livro
“O Ritmo da Vida” do autor Matthew Kelly, já referendado nas Indicações de
Livros.
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